Afastamento por Burnout? Conheça seus direitos!

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Afastamento por Burnout? Conheça seus direitos!

A rotina profissional pode ser intensa, e para algumas pessoas, a pressão constante pode resultar em um nível extremo de exaustão, conhecido como síndrome de burnout. Esse problema vai muito além do cansaço comum, podendo afetar tanto a saúde mental quanto a física, a ponto de tornar o afastamento do trabalho uma necessidade.

Se você ou alguém próximo está passando por essa situação, é importante compreender os direitos garantidos por lei, o funcionamento do afastamento e as medidas para minimizar impactos financeiros e profissionais.

O que é a Síndrome de Burnout?

O burnout é um distúrbio relacionado ao trabalho, causado pelo estresse contínuo no ambiente profissional. Os sintomas variam, mas costumam envolver um esgotamento intenso, sensação de ineficácia e dificuldades emocionais.

Um exemplo prático seria um professor que, ao longo dos anos, assume diversas turmas, enfrenta turnos extensos e ainda precisa corrigir uma grande quantidade de provas e trabalhos. Se ele passa a sentir uma exaustão incapacitante, perde o prazer na profissão e desenvolve crises de ansiedade antes das aulas, há uma forte suspeita de burnout.

Os principais sintomas incluem:

  • Esgotamento físico e mental persistente
  • Sensação de incompetência ou fracasso profissional
  • Distanciamento emocional do trabalho e dos colegas
  • Dificuldade de concentração e falhas de memória
  • Alterações no sono, como insônia ou sonolência excessiva
  • Dores musculares, enxaquecas e outros problemas físicos

Caso esses sinais se tornem recorrentes e prejudiquem a capacidade de trabalho, é essencial procurar um médico para avaliar a necessidade de afastamento.

Quando o Burnout justifica o afastamento?

Nem sempre um quadro de burnout exige afastamento imediato, mas em casos mais graves, um período longe do ambiente profissional pode ser indispensável.

O afastamento é indicado quando:

  • O trabalhador não consegue mais executar suas atividades devido ao esgotamento físico e mental
  • Um médico diagnostica burnout e recomenda repouso prolongado
  • A permanência na rotina pode agravar ainda mais a condição

Um caso real que ilustra essa situação é o de um bancário que, após anos lidando com metas agressivas e longas jornadas, começou a ter crises de pânico dentro do ambiente de trabalho. Após avaliação médica, recebeu um laudo recomendando afastamento imediato para evitar o agravamento do quadro.

Se o afastamento for superior a 15 dias, o trabalhador pode solicitar benefícios do INSS, como o auxílio-doença, conforme detalhado a seguir.

Direitos do trabalhador com Burnout

A legislação brasileira prevê direitos específicos para quem recebe esse diagnóstico. Para entender melhor como funciona, confira a tabela abaixo:

Tabela Comparativa: Auxílio-Doença Comum x Auxílio-Doença Acidentário

CritérioAuxílio-Doença ComumAuxílio-Doença Acidentário
Causa do problemaFatores não relacionados ao trabalhoDoença ocupacional reconhecida
Período de afastamentoSuperior a 15 diasSuperior a 15 dias
Responsável pelo pagamento dos primeiros 15 diasEmpresaEmpresa
Responsável pelo pagamento após 15 diasINSSINSS
Estabilidade após retornoNão há estabilidade12 meses de estabilidade no emprego
Possibilidade de aposentadoriaApenas em casos extremosMaior chance, dependendo do impacto na capacidade de trabalho

Para solicitar o auxílio-doença, é necessário apresentar um laudo médico detalhado e passar por perícia no INSS.


Passo a passo para solicitar o benefício do INSS

Se o trabalhador precisar se afastar por burnout, há um procedimento específico para solicitar o auxílio-doença. Veja os passos necessários:

  1. Consulta médica e diagnóstico – O primeiro passo é procurar um profissional da saúde para obter um laudo confirmando a incapacidade para o trabalho.
  2. Registro no INSS – O pedido do benefício pode ser feito pelo site ou aplicativo Meu INSS.
  3. Agendamento da perícia médica – Após a solicitação, o trabalhador deve comparecer à perícia para comprovar a necessidade do afastamento.
  4. Análise e concessão do benefício – Caso a perícia médica do INSS aprove o pedido, o trabalhador passa a receber o auxílio-doença.
  5. Reavaliação periódica – Dependendo do tempo de afastamento, o INSS pode solicitar novas perícias para avaliar a continuidade do benefício.

Se o pedido for negado, é possível recorrer administrativamente ou ingressar com uma ação judicial para tentar reverter a decisão. Nesse caso, é recomendável contar com um advogado especializado para avaliar as opções disponíveis.

Estabilidade no emprego: O que você precisa saber?

Se o burnout for reconhecido como uma doença ocupacional, o trabalhador tem direito a 12 meses de estabilidade no emprego após o retorno. Durante esse período, ele não pode ser demitido sem justa causa.

Caso o empregador rescinda o contrato antes do fim da estabilidade, o funcionário pode ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho para solicitar reintegração ou indenização.

Um exemplo disso é o caso de uma analista de marketing diagnosticada com burnout. Ela recebeu auxílio-doença acidentário e, ao retornar ao trabalho, foi dispensada sem justificativa. Após recorrer à Justiça, conseguiu sua reintegração e uma indenização pelos danos sofridos.

Dicas para evitar o Burnout

Além de conhecer os direitos garantidos pela legislação, algumas estratégias podem ajudar a prevenir esse quadro:

  • Estabeleça limites – Reduza a sobrecarga e defina horários adequados para descanso.
  • Pratique atividades físicas – Exercícios ajudam a aliviar o estresse e melhoram a disposição.
  • Cuide da saúde mental – Terapia e técnicas de relaxamento podem ser fundamentais para manter o equilíbrio.
  • Busque apoio – Conversar com colegas, familiares ou especialistas pode ser uma forma eficaz de enfrentar momentos de pressão.

Conclusão

A síndrome de burnout pode impactar tanto a vida profissional quanto a pessoal, exigindo atenção e cuidados específicos. A boa notícia é que há mecanismos legais que garantem proteção ao trabalhador durante o afastamento e no retorno às atividades.

Caso esteja enfrentando essa situação, procure orientação médica e informe-se sobre seus direitos para tomar as melhores decisões. Se precisar de mais informações, um advogado trabalhista pode auxiliar no processo e garantir que seus direitos sejam respeitados.

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